A obesidade e o excesso de peso no Mundo, afetam quase metade da população



A obesidade define-se como um desequilíbrio entre a ingestão e o gasto de energia, em que o excesso de energia consumido leva a um aumento de gordura corporal.

Em Portugal, quase metade da população apresenta excesso de peso e perto de um milhão de adultos sofre de obesidade. No Brasil mais de 65 milhões de pessoas, 40% da população, está com excesso de peso, enquanto 10 milhões são considerados obesos.

Estes números preocupantes estão, entre outras causas, ligados a hábitos de vida mais sedentários e à transformação dos hábitos alimentares, ocorrida ao longo das últimas décadas, que tem favorecido o consumo de cereais refinados, açúcares e gorduras saturadas, em detrimento da tradicional alimentação mediterrânica, rica em cereais integrais, peixe, vegetais, fruta e azeite.

Considerada, entretanto, pela Organização Mundial da Saúde como uma epidemia, a obesidade afecta a longevidade e a qualidade de vida. Por favorecerem doenças como a diabetes tipo II, a hipertensão arterial ou a dislipidemia, o excesso de peso e a obesidade levam a um importante aumento do risco cardiovascular. Estima-se, por exemplo, que a hipertensão seja 2,5 vezes mais frequente nos indivíduos obesos que em pessoas com peso normal.

A obesidade ocorre quando o número de calorias ingerido é superior ao gasto: quando tal sucede, as calorias são armazenadas no organismo sob a forma de massa gorda, podendo vir a afectar toda a saúde. Existem vários métodos de classificação do sobrepeso/obesidade:

O Índice de Massa Corporal (IMC)

O Índice de Massa Corporal (IMC) ou Índice de Quetelet é o método mais prático e usual que permite avaliar a adequação entre o peso e a altura de um indivíduo. Como qualquer outra medida o IMC tenta definir o peso ideal de uma pessoa, e o seu uso tem vantagens e desvantagens. Segundo a Organização Mundial de Saúde, considera-se que há excesso de peso quando o IMC é igual ou superior a 25 e que há obesidade quando o IMC é igual ou superior a 30.

obesidade-excesso de peso-IMC-calorias-dieta No entanto, em certos casos, nomeadamente em atletas, o IMC não é fiável na medição da obesidade, pois não permite distinguir entre a percentagem relativa de massa gorda e de massa isenta de gordura, tal como as tabelas tradicionais de peso – altura. Como resultado, indivíduos com taxas elevadas de massa muscular,podem ser classificados com sobrepeso ou obesos.


akebono yaoming ronniecoleman
Akebono Yao Ming Ronnie Coleman
(AKEBONO 203cm/233 kg IMC 57; YAO MING 229 cm/141 kg/ IMC 27;RONNIE COLEMAN 183 cm/136/150 kg/ IMC 41/45 ).

Assim, o IMC deve ser usado idealmente em conjunto com outros métodos de avaliação de composição corporal (Antropometria, Bioimpedância), e isto porque 1) correlaciona muito mal com a massa muscular (ou simplesmente não"fala" dela) e 2) imagine a situação: você ganha dois quilos de massa gorda e perde dois de músculo. Pelo IMC vai continuar com o valor igual e, portanto, classificado como saudável. Mas na realidade piorou, porque ganhou uma "mochila" de dois quilos de tecido adiposo que vai ter que transportar com "um motor mais fraco" (porque perdeu músculo).

Perímetro da cintura

O Perímetro da Cintura é um método simples que está relacionado com a distribuição da gordura no organismo. Mede-se utilizando uma fita métrica no ponto médio entre o rebordo inferior da costela e a crista ilíaca.

Risco de complicações metabólicas:

O IMC não dá informação sobre a distribuição da gordura no nosso corpo, o que é importante pois o excesso de gordura abdominal pode ter consequências desfavoráveis para a saúde. Uma maneira de determinar a distribuição da gordura é a circunferência da cintura.

A circunferência de cintura não está relacionada com a altura de uma pessoas e é um método simples e prático de identificar as pessoas que têm um risco acrescido de complicações ligadas à obesidade. Se a circunferência de cintura for maior que 94-102 cm nos homens e 80-88 cm nas mulheres, tal facto traduz um excesso de gordura abdominal que vai aumentar o risco de problemas de saúde, mesmo que o seu IMC esteja dentro dos limites da normalidade.

A medição da circunferência da cintura divide as pessoas em duas categorias: os indivíduos com uma distribuição da massa gorda de tipo andróide (frequentemente chamada forma de "maçã" na literatura anglo-saxónica), indicando que a maioria da sua gordura corporal é intra-abdominal e distribuída à volta do estômago e do tórax, levando a um maior risco de contrair doenças relacionadas com a obesidade; e indivíduos com um distribuição da massa gorda de tipo ginóide (frequentemente designada por forma de "pêra"), indicando que a maioria da sua gordura corporal encontra-se distribuída pelas ancas, coxas e nádegas. Os homens obesos têm uma maior probabilidade de terem a forma de "maçãs" enquanto as mulheres têm uma maior probabilidade de terem ma forma de "pêras".

Recentemente, American Heart Association, reclassificou a obesidade como sendo o maior factor de risco para as doenças cardíacas. A tendência alarmante que precede esta reclassificação é que mais Americanos adultos apresentam excesso de peso ou obesidade (54,9%).

O tratamento para excesso de peso e obesidade ligeira (IMC < 35 kg /m2) é composto por dieta e exercício físico para atingir a perda de peso desejada. O exercício reduz a percentagem de massa gorda de uma forma linear com preferência da perda de gordura na região abdominal.

Medidas para prevenir e combater a obesidade

A regra essencial é manter o gasto calórico do corpo igual ou superior à quantidade de calorias ingeridas. Estudos confirmam o facto de que a energia gasta durante o treino é facilmente reposta por um pouco extra de comida e assim, não é difícil perceber porque o exercício por si só, raramente atinge os melhores resultados em termos de perda de peso ou de gordura.

1. Siga as proporções recomendadas pela Roda dos Alimentos



Roda dos alimentos

Pratique uma dieta equilibrada e variada, rica em legumes, cereais integrais, fruta e peixe. Reduza os alimentos com açúcar e as gorduras saturadas, presentes sobretudo nas gorduras processadas industrialmente (hidrogenadas), carnes vermelhas, manteiga, e lacticínios gordos.

2. Aprenda a conhecer os alimentos e os nutrientes

Quando ingere um alimento, procure saber que tipo de nutrientes está a fornecer ao seu organismo. Não precisa de transformar-se num “conta-calorias”, mas é importante ter a noção de que certos alimentos são mais calóricos do que outros.

Aprenda sobretudo a detectar as calorias escondidas nos alimentos pré-cozinhados ou processados industrialmente (muitas vezes sob a forma de gorduras invisíveis).

3. Coma a cada 3 a 4 horas

Comendo várias vezes ao dia não tem demasiada fome quando chega à refeição seguinte. Coma porções suficientes para se sentir saciado. Use o seguinte truque: comece as refeições principais com uma sopa de legumes, sem batata. Para além de conter água, muitas vitaminas e sais minerais, ajuda a saciar a sensação de fome. Isto evita a ansiedade que certas dietas de emagrecimento podem causar.

4. Mantenha uma atividade física regular

Escolha uma atividade que lhe dê prazer e inclua-a na sua rotina, de preferência diária. A regularidade é importante. Sempre que possível, ande a pé nas suas deslocações e privilegie o contacto com a natureza com pequenos passeios ou caminhadas ao ar livre.

5. Emagrecer e manter um peso saudável

Muitas pessoas conseguem perder peso em tempo recorde. No entanto, o mais comum é que estas “dietas relâmpago” resultem, pouco tempo depois, no inverso: a recuperação do peso, acompanhada, frequentemente, de um aumento superior ao peso original.

Se tem excesso de peso, procure ser acompanhado por um médico ou nutricionista e estabeleça metas razoáveis para a sua dieta .Tão importante como emagrecer é manter um peso saudável ao longo do tempo.

Obesidade e Dislipidemia

Dislipidemia é um termo usado para designar todas as anomalias quantitativas ou qualitativas dos lípidos (gorduras) no sangue.

As dislipidemias podem ser de vários tipos:

- podem -se manifestar por um aumento dos triglicéridos;

- por um aumento do colesterol ;

- por uma combinação dos dois factores anteriores (a dislipidemia mista);

- e ainda por uma redução dos níveis de HDL (o chamado “bom” colesterol).

A dislipidemia é um dos mais importantes factores de risco da aterosclerose, a principal causa de morte dos países desenvolvidos, incluindo Portugal.

Qualquer tipo de dislipidemia representa, pois, um importante factor de risco cardiovascular, uma vez que a gordura acumulada nas paredes das artérias pode levar à obstrução parcial ou total do fluxo sanguíneo que chega ao coração e ao cérebro.

O tratamento das dislipidemias passa por uma mudança de estilo de vida, ao nível da alimentação e do exercício. São estas as principais recomendações:

→ Reduza a ingestão de alimentos de origem animal (carnes vermelhas, manteiga, queijos gordos).

→ Evite produtos de charcutaria e alimentos pré-cozinhados.

→ Dê preferência a produtos frescos.

→ Prefira a ingestão de proteínas animais ligadas ao peixe, carne de aves sem pele e carnes magras.

→ Dê preferência ao azeite e outras gorduras polinsaturadas.

→ Ingira mais alimentos ricos em ómega 3 (ex. sardinhas, salmão, óleo de soja).

→ Ingira mais cereais integrais, vegetais, fruta e fibras solúveis (que facilitam a eliminação do colesterol).

→ Cozinhe ao vapor ou grelhe os alimentos. Evite os fritos.

→ Prefira molhos à base de iogurte. Evite natas e maioneses.

→ Reserve o consumo de chocolate para dias de festa.

→ Limite o consumo de gemas de ovo

→ Pratique uma actividade física regular

→ Abandone hábitos tabágicos (caso existam).

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